de repente doeu uma dor indesculpável. e foram-se as luzes todas do trânsito. foram-se os faróis que brilham tanto e tão mais latentes ao sair do cinema. a sensibilidade visitava-lhe o coração quando bem queria, sem rotina, sem indícios. invadia-lhe, que visita é coisa por demais delicada e leve. uma dor trazia, que não era de nenhuma delas. uma dor que não pertencia. isso de não pertencer que a perseguia tanto. isso de quase mudar a companhia de um verbo que fizera bodas felizes com uma preposição. um pânico de ver nas letras, a partir do amanhã galopante, um conjunto preto e branco de responsabilidades ricas. todos os medos passearam soltos neste domingo; alguns subiam nas árvores e, ao chegar no topo, batiam no peito a urrar. veio um caminhão de lixo, destes que nunca levam embora coisa nenhuma das que precisam ser descartadas. está tudo perfeito agora, conforme um sonho sonhado dentro destas mesmas quatro paredes. tudo encomendado e perfeito. quisera o sonho desconhecer as dores indesculpáveis de um mundo tão cheio de corações pulsantes. o sonho nasceu e bate, tu tu, tu tu.
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